Receba as Atualizações

Seu número e dados estão protegidos e permanecem privados.

Coisas que a TV não pode mostrar

Trabalhei por aproximadamente vinte anos em Televisão, em matérias principalmente sobre religião; católica, espírita, evangélica, protestante, pentecostal, neo pentecostal, judaica… Lembro de ter gravado com uma representante do primeiro terreiro de candomblé tombado como patrimônio histórico. Gravamos no próprio local, no Jabaquara, zona sul de São Paulo. Lembro também de uma entrevista com o rabino Henry Sobel. Mas o que mais ficava marcado pra mim, não eram as entrevistas em si, mas o que era falado em off. Lembro de uma vez que iríamos gravar com um pastor que já foi bruxo e trabalhara com “magia negra”. Quem confidenciou isso, foi alguém que estava com ele, momentos antes de nos prepararmos para a entrevista, entrevista essa, que nunca aconteceu, pois estávamos, se não me engano, passando por uma transição nas leis, e determinadas coisas não poderiam ser ditas. Na época, acho que muitas igrejas faziam “orações fortes” dizendo pra manifestar a Pomba-Gira, o Zé Pelintra, etc., que eram tratados como demônios entro dessas igrejas. Tem até o livro “Orixás, Caboclos e Guias- Deuses ou Demônios” de Edir Macedo, que teve mais de três milhões de cópias vendidas. Gravei com muitos ex-adeptos das religiões matriz africana, mas não poderia mais usar palavras como pai de santo, terreiro de macumba, candomblé, etc. Ao invés disso, mãe de santo era chamada de mãe de encosto, terreiro ou centro era casa dos encostos. Os “santos”; pomba-gira, preto velho,etc., receberam nomenclatura de entidades ou encostos. Trabalhos de macumba eram simplesmente “trabalhos”. Algumas igrejas ainda usam a nomenclatura antiga, correndo o risco de processos. Lembro de quando na gravação um entrevistado falava palavras “proibidas” como trabalho de macumba, ou nome original de algum encosto, logo parava-se a gravação e orientava o convidado para não dizer mais essas palavras. Ruim é quando o programa era ao vivo. Aí, geralmente, tinha que chamar um intervalo para orientar, ou lembrar a pessoa para não usar mais tais palavras. E nessa entrevista que faríamos com esse ex-adepto de bruxaria e magia negra, foi-nos confidenciado que quando ele falou sua em uma emissora de rádio, teve que fugir da cidade, Tatuí, pois queriam matá-lo, porque ele falou que havia feito um trabalho, e através desse trabalho mais de vinte pessoas morreram, não me lembro se vinte e três ou trinta e duas pessoas. A história: Ele trabalhava com a parte notadamente má do espiritismo. Por que “parte notadamente má do espiritismo”? Porque muitos frequentam alguns lugares, e dizem que tem a parte da direita e da esquerda, que algumas entidades do bem incorporam até meia-noite, e outras, a parte “pesada”, que trabalha com o mal, a partir de meia-noite. E quando eu falei acima sobre a parte notadamente má, é que tem pessoas que procuram essa parte só pra fazer o mal, prejudicar pessoas ,matar, quebrar perna, colocar doenças, etc. E esse ex-bruxo já não estava vivendo de forma normal (se bem que dizem que de perto ninguém é normal). Antes de ir para o trabalho mandava matar um porco, e tomava uma caneca de sangue do animal. Ia nas residências de mulheres da casa de encosto em que ele frequentava; tinha relações sexuais com essas mulheres, e os maridos (que também estavam em casa) não viam. Era como se ele estivesse invisível, ou os maridos cegos. Por falar em cego, lembro que uma vez um conhecido que por algum tempo ficou preso no extinto Carandiru, disse que lá era proibido entrar o Livro de São Cipriano, porque após feita uma oração e/ou um pacto, o preso saía normalmente pela porta da frente. Os guardas “ficavam cegos”. Claro que depois tinha um preço a se pagar. Um dos presos a sair por meio dessa oração, com dez dias morreu com uma bala na cabeça. A um outro, foi pedido em troca da liberdade que matasse os próprios pais. Esse colega contou que na prisão, deram o livro pra ele ler, mas ele não conseguiu pois dava dor de cabeça. Voltando ao ex-bruxo… Ele conseguia entrar no cemitério com o portão fechado; abria uma cova onde havia um defunto fresco, e comia sua carne. Lembro que após esse relato perdemos o apetite, principalmente quando falou que ficava fio de cabelo do defunto em seus dentes, que ele tirava com a unha. Ele já não dormia mais em cama, mas no chão, como um animal. E esse episódio da morte de mais de vinte pessoas, aconteceu assim: alguém fez algum mal, prejudicou um parente dele, primo ou cunhado, não me recordo. E ele teria dito: “pode deixar comigo”. E ele, levando essa causa até um demônio, o que ele ouviu foi o seguinte: ” Eu mato Fulano, mas você vai ter que comer o olho dele”. Trato feito! Aconteceu um dia em em que estavam recapeando a estrada pra quem chega ou sai de Tatuí, e ele sabendo que a vítima chegaria naquele ônibus, “não se sabe o que aconteceu”, mas o fato é que os dois bandeirinhas, como se estivessem cegos, deram sinal que estava tudo livre, só que não. Do outro lado vinha uma carreta, que colidiu de frente com o ônibus. Desespero total. Correram para socorrer as vítimas. Ele também correu, mas não para socorrer, mas sim para encontrar o homem que fizera mal ao seu parente. E conforme o trato com o demônio, ele colocou o olho na boca e o comeu.

Uma ex- mãe de encosto nos contou que ela “matou” um dos primeiros números da Revista Raça. Revista Raça é uma revista voltada e/ou direcionada aos negros, e com conteúdo relacionado à cultura afro-brasileira. Uma jovem chegou até ela, e falou que queria fazer uma trabalho para matar o seu ex-namorado, pois ela teria dito: “se não ficar comigo não fica com mais ninguém.” Só que ela queria que ele sofresse muito antes de morrer. E a mãe de encosto perguntou: “Você tem certeza que é isso que você quer?” “Sim, é isso que eu quero.” Então a mãe de encosto orientou que ela comprasse uma cabeça de cera para fazer o trabalho. Com tudo em mãos, a mulher que iria fazer o trabalho disse que iria em um local; acenderia a vela em forma de cabeça de cera (não sei quantos dias a vela duraria acesa), e quando a vela se apagasse o homem morreria, mas até ele morrer, sofreria muito. Daí dizer-se “encosto da direita e da esquerda”, pois é não é inteligente dizer que um encosto que vai trabalhar para matar, fazer o mal é do bem. Feito isso, a moça ficou sabendo que seu ex estava doente. Foi visitá-lo no hospital como para dizer: “se não fica comigo não fica com ninguém”, ou tipo “bem feito!” Poem quando lá chegou, e vendo o estado dele, e como ele havia definhado, provavelmente o retrato da própria morte, ela de imediato se arrependeu. Correu na mãe de encosto e disse que estava arrependida; que não queria mais que ele morresse; que queria reverter a situação, ao que a mulher teria respondido: “vou ver se ainda dá tempo.” Indo até a gruta onde havia acendido a vela, ainda avistou a vela acesa, quase apagando. Foi se aproximando, mas foi tarde: a vela apagou. No mesmo momento o rapaz no hospital morreu. Provavelmente essa jovem até hoje leva essa culpa na consciência ( o peso na consciência é o maior instrumento de tortura que existe), embora talvez ninguém mais saiba disso, só ela e a mulher que fez o trabalho. Contaram-me também de um trabalho feito com coco. Querendo matar alguém, acho que escrevia o nome da pessoa no coco, “consagrando”-o por alguns dias. Quando queria matar a pessoa, rolava o coco contra a parede, e onde a pessoa estivesse, morria na mesma hora. Aí eu me lembro de uma universitária que estava andando de bicicleta em uma tarde tranquila no Parque do Ibirapuera. De repente ao passar embaixo de uma árvore caiu um galho bem em cima de sua cabeça, e mesmo estando de capacete, o impacto foi tão forte que rachou o capacete. Morreu na hora. Foram investigar. Não havia vento no momento. A árvore estava em bom estado. Ninguém soube explicar. Outro caso, este eu acompanhei pela televisão: um homem foi ajudar um motorista cujo carro estava parado na estrada. Veio um outro carro, e o atropelou. Pegaram o homem e o colocaram fora da estrada, num gramado a salvo, à espera de socorro. Não é que veio um outro automóvel, e subiu no gramado , atropelando o homem que acabou morrendo?! Verdade é que as pessoas que estão sob a proteção de Deus estão imunes a isso. Veja bem: as pessoas que estão sob a proteção de Deus, não em uma igreja, pois muitos acham que só porque estão em uma igreja estão protegidos. Eu não gosto de título algum. Nem na Bíblia. Inclusive tem pastores que fazem pregação em torno de um título na Bíblia. Os títulos podem mudar, a Bíblia não. Só que tem um título no Livro Sagrado que me chamou atenção; “O templo não protege a nação pecadora”, ou seja a pessoa pode estar na igreja, mas se plantar coisa ruins, não buscar a Deus, com certeza “vai ter problemas”. Agora, infelizmente tem gente que está na igreja, e o mal está aprontando com ela, e ela acha que por estar na igreja, ser fiel a Deus, o diabo não pode investir contra ela. Tem o caso de uma cantora evangélica que “perdeu os pais em um acidente automobilístico; em um espaço de um ano e meio perdeu o irmão em um acidente com moto, e um um ano depois o seu filho em um acidente de carro, não morreu, mas quebrou os dois braços e as duas pernas, e ela creditou tudo isso a Deus, dizendo que Ele a estava provando. Com certeza o diabo nessa hora estava rindo de tamanha ignorância!

Uma outra ex mãe de encosto, disse que no bairro em que ela morava, tinha um cara que era o garanhão do bairro. Um dia ele mexeu com a filha dessa mulher. Ela fez um trabalho, ele dormiu garanhão, no outro dia ao acordar estava desmunhecando. E muita gente ainda não acredita.

Um ex pai de encosto narrou que ele se achava o tal, pois ia no cemitério à noite fazer seus trabalhos com bode,etc. Se achava o tal porque entrava no cemitério à noite enquanto muitos tinham medo. Uma noite, ao entrar no cemitério, virando a esquina, viu dois tridentes. Em um a cabeça de um homem, em outro a cabeça de uma mulher. Ele disse: “isso aqui não é pra mim não.” E nessa hora deixou tudo pra lá.

Acho que foi a mesma mulher que falou do coco, que falou que muitas vezes entram dezenove pessoas no cemitério, saem dezessete. Duas são sacrificadas. E falou ainda que essa crença de que crianças são as preferidas para sacrifício por serem puras , não é bem assim. Preferem crianças porque são mais fáceis de dominar. Não poucas vezes sacrificam bêbados, com a promessa, a oferta de beberem. Quando chegam no locam, cortam o pescoço dele, a entidade se manifesta em algum dos membros, e bebe o sangue daquele homem. Agora o que eu acho engraçado é que enquanto pessoas se posicionam contra teste em animais pela indústria de cosméticos, animais são sacrificados, ou seja mortos em sacrifícios por religião de matriz africana, e nem ninguém fala nada. Nem essas pessoas que protestam contra testes em animais. Lembrando que esses sacrifícios estão amparados por lei. Vai entender…

E pra não dizer que só falei de religião, uma jurista em off, nos disse sobre o caso do goleiro Bruno, que Eliza Samúdio teve o que mereceu. Ela queria ficar famosa a qualquer custo, e isso lhe custou a vida. Gravando falou uma coisa, pois estava falando como profissional, em off falou outra coisa. Sobre o caso Sandra Gomide, idem. Segundo a jurista ela também teve o que mereceu. Usou o jornalista Pimenta Neves, dono do jornal em que ela trabalhava, para crescer na empresa, se envolvendo com ele, depois o descartou. Morreu com dois tiros.

Um colega de profissão disse que após uma entrevista com um político, perguntou se ele realmente pegava dinheiro do povo. Após confirmar que a câmera estava desligada, o parlamentar disse: ” o dinheiro está no seu nome? Está no nome de alguém? Se o dinheiro não está no nome de ninguém, não é de ninguém. Eu pego mesmo!”

Muitas coisas ainda eu teria pra dizer, mas faltaria tempo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *