
“Em janeiro, eu tomo todas,
Comemoro o Ano Novo!
Fevereiro, eu vou pro samba!
Chega março, eu malho o povo…
Em abril, sou enforcado,
Sou Cabral, na minha ilha!
Chega maio a mãe é minha!
Entra junho é da quadrilha…
A festa é do demônio ou é de Deus?!
Dos dois, respondem sempre os fariseus…
A oração é pra nos redimir,
E o samba-enredo é pra nos divertir !
Tem primeiro pra você mentir,
E o fico pra você fugir…
Dia trinta, tua prestação
Vai, meu irmão!
Aleluia pra você matar
E o finados pra se lamentar.
Cinza e páscoa no teu coração,
Vai, meu irmão!
Passa julho, vem agosto,
Cheio de cachorro louco!
Vai setembro, vem outubro,
E o dinheiro é sempre pouco…
A República em novembro
Vem, dezembro e eu cansado
No Natal, faço presépio,
Pago um ano de pecados.
A festa é do demônio ou é de Deus?!
Dos dois, respondem sempre os fariseus…
A oração é pra nos redimir,
E o samba-enredo é pra nos divertir!
Quarta-feira, ver o jogo, então,
No domingo, ser campeão!
Campeonato, mais uma ilusão!
Vai, meu irmão!
Dia útil, tem escravidão,
Dia inútil, tem libertação…
Confundindo a tua confusão,
Vai, meu irmão…
Vai, meu irmão!
Vai, meu irmão!
Vai, meu irmão!”
(Antônio Marcos)