Lembro-me do Sítio do Picapau Amarelo. Tinha a Dona Benta, a tia Anastácia, o Pedrinho, a Narizinho…A Dona Benta se tornou marca de produtos alimentícios. Passava a séria na televisão. A Dona Benta era interpretada por Nicette Bruno, mas numa produção mais antiga, a intérprete era Zilka Salaberry. Eu tinha aproximadamente doze anos de idade na época. A gente saía da escola à tarde, e ia correndo assistir o Sítio. A dona Benta era uma senhora muito simpática. era a avó da historinha; cabelos de um grisalho avançado; gorda, quase redonda, voz rouca, oclinhos na ponta do nariz. Sua alegria era contar historinhas para os netos. A julgar pela idade das crianças, provavelmente ela não teria mais que cinquenta anos de idade.
Hoje, as mulheres de cinquenta têm um perfil totalmente diferente: trabalham fora, jornada dupla, trabalho e os afazeres de casa, às vezes jornada tripla, pois muitas, como se não bastasse, ainda fazem faculdade. Hoje, as mulheres de 50, estão começando um relacionamento. Muitas, após um relacionamento fracassado, um casamento desfeito, estão investindo em um novo relacionamento (a fila anda!). Essas mulheres estão indo pra academia, cuidando do corpo, da saúde; iniciando uma nova carreira, se formando, escrevendo, atuando… muitas ainda posariam pra revistas masculinas (ainda existem?). E ainda que elas tenham netos, ainda que sejam casadas, ou não, não se limitam a ficar aos pés do fogão, como um súdito aos pés de um rei ou rainha. Se ficam diante do fogão, não poucas vezes é porque são empreendedoras, cozinham porque têm seu próprio negócio que rende dinheiro, muito dinheiro, ganhando às vezes, mais que seus maridos. Não poucas vezes, sustentam toda família. “Vamos em frente! Não porque atrás vem gente, mas porque à nossa frente já tem muita gente, e temos que abrir caminho!” E vão adiante. Mulheres de cinquenta… mulheres extraordinárias!