
Cheguei!
Até que a viagem foi rápida e tranquila, a não ser por alguém próximo a mim bem no início da viagem, que foi tirada, ou tirado à força (não sei se era homem ou mulher, era tudo muito vago, como num sonho), depois ouvi gritos como de desespero e dor, até que cessou…talvez tenha sido apenas um sonho…não sei. Fora isso, como já disse, a viagem foi rápida e tranquila. Dessas viagens que só se faz uma vez. A porta por onde eu passara, fechou-se automaticamente às minhas costas. E como em um jogo de vídeo game, em que a gente passa de fase e entra por uma porta, e não consegue mais voltar por ela, de alguma forma eu sabia que aquela porta nunca mais se abriria, não tinha mais como eu voltar por ela, não havia retorno, mas também, como alguém iria querer voltar?! À minha frente, um cenário nunca visto antes. Por mais que eu tentasse não teria como descrever. As ruas, eu ia dizer, eram de ouro, mas ninguém acreditaria, então vamos dizer… eram douradas. A paisagem, os prédios à minha frente, tudo perfeito, com se tivessem sidos desenhados, como nesse desenhos que a gente assiste na tv, tudo alinhado, com cores vivas. Estava paralisado, como que em transe, hipnotizado, sem acreditar no que estava vendo. Tinha até medo de me movimentar, e quebrar de alguma forma o encanto do momento; de me movimentar, e de alguma forma estragar tudo, pois tudo era perfeito, menos eu. Então, o que eu estava fazendo ali, se eu não era perfeito? O Sol. Ah! O Sol! Ele estava lá em cima, mas engraçado era que ele não projetava sombra alguma, e nem queimava, apenas iluminava, mas era uma luz diferente, não ofuscava, nem feria as vistas, de modo que a gente podia olhar diretamente pra ele. Vi em uma praça, sentados, adolescentes que conversavam alegremente. Mais à frente, um casal jovem que andava de mãos dadas; crianças que corriam atrás das outras, como na brincadeira de pega-pega. Tudo era perfeito, aliás, mais que perfeito. Passado o efeito da anestesia, causado pelo êxtase do momento, decidi caminhar para conhecer todo esse País das Maravilhas. Respirei fundo, e dei o primeiro passo.